Requalificação

Obras paralisadas no Calçadão de Pelotas

Atraso no pagamento dos salários dos trabalhadores contratados pela construtora leva à interrupção

Carlos Queiroz -

As obras de revitalização do Calçadão de Pelotas estão paralisadas. Quem passa pelos tapumes instalados entre as ruas General Neto e 7 de Setembro já não vê movimentação. Sem o pagamento dos salários - que deveria ter ocorrido no 5º dia útil -, os trabalhadores contratados pela ACR Construtora de Obras decidiram interromper as atividades. A liberação de mais uma parcela à empresa paranaense - referente a serviços executados nesta segunda quadra - deverá colocar fim ao impasse.

O engenheiro responsável, Mauro Guilayn, admitiu as dificuldades financeiras em manter os salários em dia, assim como as dívidas com fornecedores. “Está complicadíssimo”, resumiu, ao assumir que esta não é a primeira vez que as obras ficam paradas. Ao conversar com o Diário Popular, na tarde desta quarta-feira (16), Guilayn falou sobre alterações nos custos - com a necessidade de intervenções não previstas na licitação - e manifestou preocupação com o não pagamento de um aditivo de trabalhos realizados na primeira quadra.

Em desabafo
Trabalhadores envolvidos na revitalização também falaram com o DP. Sem se identificar, os operários não se queixaram apenas da escassez de dinheiro no bolso. Falta de vales-transporte e de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) também integram a pauta de reivindicações. “É um troço sem cabimento. Em dias de chuva, a gente fica mexendo em fios de eletricidade sem bota nem luva”, desabafou um dos jovens.
Mauro Guilayn rebate a denúncia dos trabalhadores e assegura que se algum deles atua sem o uso de EPIs é porque teria deixado o material - devidamente entregue - em casa.

A palavra da prefeitura
O secretário de Planejamento e Gestão, Paulo Morales, garante não haver atraso no repasse de recursos. Morales afirma, entretanto, não existir data prevista para o pagamento do termo aditivo, gerado em função de intervenções autorizadas pela prefeitura, mas não previstas no contrato, como a espessura do piso que seria quebrado. A estimativa inicial era de que a camada a ser removida teria em torno de dez centímetros. Ao ser iniciada a obra, todavia, a espessura, em alguns pontos era três vezes maior.

“São interferências que surgem, mas uma empresa que assume uma obra de quase R$ 4 milhões tem que ter capital de giro para estas surpresas”, argumentou o secretário. O aditivo, extracontrato, precisa atender trâmites exigidos pela Caixa Econômica Federal (CEF) para liberar a verba sem infringir questões legais.
Nos últimos dias, representantes do Executivo e da empresa ECR têm dialogado em busca de soluções para evitar prejuízos ao andamento dos trabalhos. Paulo Morales fez questão de ressaltar: “Se a empresa tem problemas administrativos para o pagamento dos salários não temos ingerência nem autoridade para interferir”.

Receio em alta
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Pelotas (Sindilojas), Gilmar Bazanella, conversou com o DP na tarde de ontem e não disfarçou o receio de que a obra empaque. “Essa situação nos preocupa bastante, mas torcemos que se resolva rápido.”

Relembre
A revitalização iniciada em 20 de março, e com 18 meses para ser concluída, promete trazer outro visual ao Calçadão de Pelotas. Além de novo piso, novo mobiliário também está previsto.

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